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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Correndo com Marilson!

Uma das coisas que gosto na corrida é que ela me permite correr com atletas de elite, em uma mesma prova ou até mesmo lado a lado. Qual jogador amador de futebol conseguiria jogar contra Ronaldinho, Neimar, Adriano, etc? E pior, qual jogador amador jogaria sozinho contra um desses jogadores de elite? Neste final de semana eu vi como é correr com a elite. Estava em um evento médico e houve uma corrida de 6km e o padrinho da corrida era, nada mais, nada menos que Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da maratona de New York e tricampeão da corrida de São Silvestre. Único brasileiro capaz, na atualidade, de ganhar de um queniano. Ele é muito atencioso e simples. Aproveitei para conversar sobre treinos, maratonas, etc.
Na largada, eu já estava bem ansioso. Marilson deu a largada e, para minha surpresa, sai na frente e quando olhei para o lado não tinha ninguém correndo comigo. Achei que estava muito forte, mas o Garmin acusava 4:09min/km. Resolvi manter. Já era 19h e estava escuro e tive dificuldade para acertar o percurso, errado-o por duas vezes (como nunca liderei uma corrida, esta era uma situação que nunca houvera passado, pois geralmente apenas seguimos quem está na frente). Diminui um pouco o ritmo e passei o primeiro km em 4:17min; escutei umas passadas e quando olhei vi Marilson correndo ao meu lado e dizendo: "Deixa que vou perguntando sobre o percurso, pois está escuro". Concordei com um sorriso largo e fiquei pensando comigo mesmo: tenho um coelho de elite. Diminui mas um pouco o ritmo, já que não vinha ninguém atrás e passamos o km 2 em 4:25min. Perguntei se aquilo para ele já era um treino e ele respondeu: "Não. Seria um aquecimento". Neste momento eu já me desmachava em suor, enquanto que Marilson não tinha uma gota sequer. Passando o km 3 pegamos uma subida íngreme e meu pesadelo com subidas recomeçou. Já no meio da subida, eu morrendo e o ritmo caindo para perto de 5min/km, Marilson fala: "Estamos em uma subida". Só ali é que ele percebera que estávamos subindo. Escutei o 2o colocado se aproximando e emparelhando conosco. Passamos por um posto de hidratação e Marilson disse: "Podem continuar que eu pego água para vocês". Após beber um pouco da água, o 2o colocado falou: "Marilson, em New York cheguei 2h depois de você". Eu, tentando intimidar o concorrente, falei: "Eu cheguei 1h e 43minutos". A subida continuou e agora eu já estava  5m atrás. Marilson seguia o primeiro colocado. Fiquei triste em não o ter mais ao meu lado, mas já me contentava com os km corridos com ele. Veio a descida e apertei o ritmo, fechando o km 5 em 4:01min e depois o 6o km em 4:09. Nos últimos metros, o 3o colocado chegou e passou nos metros finais, chegando 2 segundos na minha frente. Chegamos nós quatro juntos, em uma distância não maior que 10 metros. Falei para Marilson: "A subida me matou!". Ele respondeu, "Você saiu muito forte". Na sua simplicidade ele não entendera que, graças ao fato de eu ter saído mais forte, eu correra mais da metade da prova com ele e que o prêmio maior não era o treféu do primeiro lugar, mas sim correr ao lado de um atleta de elite, de alta performance, e eu, sem sombra de dúvidas, tinha corrido quase 4km com ele e, apesar de ter chegado em 3o lugar, tinha sido o grande campeão. Mais uma história para eu contar para meus netos/bisnetos daqui a vários anos.

4 comentários:

  1. Te desejo um Feliz Natal e que 2012 seja repleto de paz, saúde, felicidades e realizações, que a chama da corrida continue sempre forte, e que vc possa desfrutar de muitas largadas e chegadas...

    Abs

    Fábio
    www.42afrente@blogspot.com

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  2. Olá, novo por aqui.
    Cara vc realizou o sonho da maioria dos corredores em acompanhar alguns km o marilson !!! mto legal.
    Abraços, boas provas. vc voou mesmo no início.

    Rodrigo Augusto
    corridaderuams.blogspot.com (passe por lá tbm)

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