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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gomes, from Brazil!

E por falar em Marilson, lembrei-me de um episódio de quando corri a maratona de NY. Aquela era apenas a minha 2a maratona e a meta era correr abaixo de 4 horas. Paul Tergat era o homem a ser batido e Marilson, ainda um desconhecido, corria sua primeira maratona nas ruas de NY. Treinei com dedicação e disciplina, mas ainda não tinha certeza de que conseguiria atingir minha meta. Como todo neofito, cometi alguns erros de estratégia, como chegar muito cedo na largada. Fui em um dos primeiros ônibus, saindo da bibilioteca de NY bem cedo e cheguando antes das 6 horas da manhã, para a largada as 10h. Além disso, o frio era intenso e eu fora de calção e não de calça, como a maioria dos que estavam ali. No aquecimento final, encontrei o grupo de elite se dirigindo à largada, mas nem reparei Marilson, procurando logo Paul Tergat. Largada, ritmo adequado, hidratação, gel, tudo foi bem, mas nos dois quilômetros finais comecei a apresentar uma dor na lateral do joelho direito que quase me fez andar, mas pensava comigo mesmo que estava ali para atingir uma meta e que nada me impediria. Tal dor seria posteriormente diagnosticada como síndrome do trato íleo tibial e me deixaria alguns meses sem treinar adequadamente. Porém, passei na chegada com o tempo de 3h51'33'' comemorando e bastante emocionado por atingir meu objetivo. Já corri maratonas quase 30 minutos mais rápido que essa, mas confesso que nenhuma maratona foi tão emocionante como a de NY. Após receber minha medalha, passei por um dos voluntários que estavam ali e perguntei quem tinha ganhado a maratona. A resposta foi: "Gomes, from Brazil!". Meu sobrenome, como o de Marilson, também é Gomes e sai todo contente pensando que, realmente, eu ganhara aquela maratona. Qualquer um que completa uma maratona recebe uma merecida medalha e deve se considerar vencedor. Vencer o sedentarismo, o comodismo, o diabetes, a hipertensão, a obesidade, a dislipidemia, etc. Ganhar saúde, novos amigos, conhecer novos lugares, passar por ruas que nunca você passaria se não fosse corredor, sentir a natureza. Devemos evitar de nos perguntar se podemos fazer exercícios e começar a pensar o que o exercício pode fazer por nós. O homem é um ser ativo. Desde o tempo das cavernas, apenas quem conseguia correr sobrevevia, seja correndo atrás da caça, seja correndo para não ser caçado. Não dá agora, milhões de anos depois, para ficar sentado o tempo todo na frente da televisão ou do computador vendo o mundo passar lá fora. Temos que correr, no sentido literal. Na verdade, para saber quem ganhara o direito de abrir a bolsa de valores de NY no dia sequinte àquela maratona, eu deveria ter perguntado quem chegou primeiro, e a resposta era Marilson Gomes, from Brazil. Primeiro colocado era só um. Vencedores havia muitos!

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