Power Balance: mitos e verdades

Em 2009 me propus correr duas maratonas em uma semana. Após correr a primeira em 3:22:04, hidratei bastante e caprichei na ingestão de proteínas para recuperar os traumas musculares usuais de uma maratona, mas uma dor na face lateral do joelho direito persistia levemente e me incomodava mas mentalmente que fisicamente. Eu tivera uma lesão do trato íleo-tibial havia 3 anos e esse fantasma me perseguia. A dúvida se conseguiria terminar a segunda maratona naquela semana crescia. Na véspera da prova, na feira da maratona, conheci uma pulseirinha que prometia estabilizar a energia do corpo. As demostrações durante a feira me impressionaram, exceto pela total falta de evidências científicas para se usar aquele brinquedinho. Por via das dúvidas, meu lado empírico venceu minha parte científica e racional e terminei comprando a pulseirinha, recebendo como brinde um adesivo que eu deveria colocar embaixo da palmilha do tênis. Corri a segunda maratona terminando com 3:33:10 e sem nenhuma dor durante ou após a corrida. Desde então já corri mais 7 maratonas, todas com minha pulseira me acompanhando. No início, tinha trabalho para explicar os mais curiosos o que significava aquilo, mas de um ano para cá, com várias personalidades usando-a, não é mais necessário explicar o que é. A pergunta agora é se funciona. Minha resposta é: se você acredita que funciona, funcionará. Se você é cético a respeito, certamente não funcionará. O fabricante diz que há um holograma Mylar que reage com a energia corporal e melhora flexibilidade e equilíbrio. Baseia-se em filosofias orientais. Meu lado cientista procurou evidências que pudesse confirmar tais afirmações, mas não achei nada. Enfim, continuo afirmando: se você acreditar, funciona. Para mim, o fato de correr a segunda maratona sem dor nenhuma me fez, de alguma forma, acreditar e continuar usando, apesar de reconhecer que isso carece de evidência científica.