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domingo, 22 de novembro de 2009

Meia maratona de Natal

Junte temperatura elevada, água quente, percurso com subidas íngremes e vento contra e você terá uma prova muito ruim. Foi assim a meia maratona de Natal que aconteceu hoje. Estava na dúvida se iria participar exatamente porque odeio correr em temperaturas elevadas e em subidas, mas terminei indo (e me arrependendo!). A cidade não tem tradição em corridas longas, tipo meia e maratonas. Algumas provas de 5 e 10km têm acontecido, mas a última (e única) meia maratona que aconteceu aqui foi em 1999. O percurso inicial era bem razoável, saindo da Escola de Música e vindo pela Via Costeira, a favor do vento, porém, devido ao vestibular que começou hoje, mudaram o percurso. A largada foi marcada para as 7h, o que já foi um grande avanço, já que a maioria (se não todas) as provas aqui começam às 9h, debaixo de um sol de lascar. Mesmo assim, este não era o melhor horário. Às 5h da manhã, a temperatura já era 25 graus, de modo que a largada deveria ser às 6h (como acontece em muitas provas mundo a fora, em cidades com clima quente como o nosso) ou às 16h (para concluir a prova com sol frio ou sem sol). Como agravante, ainda houve um atraso na largada.
Sai em um bom ritmo, variando entre 4:35 a 4:50min/km. Com 2,5km havia o primeiro posto de água, porém, os copinhos emcima das mesas estavam já quentes (nem tudo é perfeito) e, durante todo o percurso, isso se repetiu. No quinto km, mais um posto de água (quente). O sol estava rachando, apesar de uma nuvem que amenizou um pouco o calor. Na primeira grande subida, o ritmo já foi para cima de 5min/km e eu decidi só terminar a prova, sem tentar fazer tempo, pois certamente correria um risco desnecessário de ter uma hipertermia. Procurei incessantemente as esponjas que, no regulamento, existiriam no percurso e que certamente ajudaria a esfriar um pouco o corpo. Infelizmente, alguém esqueceu de providenciar (ou de apagar no regulamento).
Dei a volta no km 10,5 e retornei para largada. Na ida, o vento era forte e totalmente contra, dificultando mais. Na volta, notei que o vento não era totalmente contra como parecia, mas meio de lado, de modo que a ajuda do vento a favor tão esperada não surtiu quase nenhum efeito e continuei correndo acima de 5min/km. No km 15, passou um colega e, como eu já tinha reduzido o ritmo, puxei conversa para distrair um pouco. Ele quase não interagia e respondia com monosílabos ou frases curtas minhas indagações. Acompanhei por uns 600m e, como ele estava em um ritmo mais forte que eu planejara, deixei que fosse. No km 18, para minha surpresa, o encontrei caminhando, sendo puxado por outro corredor. Parei para ver se estava tudo bem e quando perguntei como estava, ele olhou para o relógio e respondeu totalmente desnorteado "dez". Vi que ele estava com hipertermia e esperei alguns segundos até a ambulância chegar e levá-lo. Mais na frente, no km 20, outro cambaleando e andando. Parei para perguntar se daria para chegar e ele me disse que sim. Continuei para a chegada.
Algumas sugestões para as próximas edições:
- iniciar às 6h (pontualmente) ou às 16h;
- manter a água dentro das caixas de gelo e só retirar na hora de distribuir para os corredores;
- mudar totalmente o percurso, evitando a Via Costeira que tem muitas elevações ou pelo menos, colocar apenas o percurso "a favor" do vento, iniciando na Rota do Sol que é plana;
- tentar incluir no percurso uma zona residencial para que os moradores possam estimular os corredores (na Via Costeira, não havia praticamente ninguém para estimular e nós mesmos é estimulávamos os que encontrávamos na volta do percurso);
- mudar o mês, colocando em um mês menos quente e mais chuvoso, como em junho;
- dar a possibilidade de revezamento (equipes de 2 ou 4 correm partes do percurso), aumentando a participação e permitindo que aqueles que não correm ainda os 21km possam fazê-lo em companhia de outros.

5 comentários:

  1. Adorei a idéia do revezamento. É uma boa estratégia para atrair "novos" corredores como eu. Com relação aos outros comentários, posso enviar aos organizadores??? Acho que todos nós devemos colaborar enviando sugestões para o crescimento dessas corridas em Natal.
    abraços

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  2. Estou de acordo com seus comentários, acrescentado que os campeões gerais e faixa etária receberão os troféus por correspondencia, nunca vi isso! Onde já se viu pódio sem troféu...Agora uma coisa que você comentou, e acontece comigo, é interagir, conversar, correndo fica difícil!
    Não se ausente muito do seu blog! Gosto da precisão dos seus artigos!

    Franco

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  3. Receber trofeu pelo correio!!!??? Esta foi muito boa! Eu não soube. Diz que é brincadeira (por favor!!).
    Em relação a interagir durante a corrida, realmente depende de como está o ritmo. Se você solta o ritmo e encara a prova como um treino, mantendo uma frequência cardíaca longe do seu limiar anaeróbio, fica fácil conversar (e está é uma maneira de você até controlar para ver se o treino está regenerativo ou se está puxado demais). Mas se você está correndo para tentar baixar tempo, provavelmente está dando seu máximo e está próximo ou além do seu limiar anaeróbio, aí não dá para conversar mesmo.

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  4. Anelly, fique a vontade para utilizar minhas sugestões e incluir as suas. Acrescente então mais esta: - entregar premiações logo após terminar a prova.

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  5. Pódio sem troféu??? Então não tem sentido. Se o gostoso deve ser levantar o troféu. Vou repassar as observações de vcs.
    abraços

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