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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ultramaratona de Comrades

Sempre gosto de avisar a quem está começando a praticar a corrida de rua que "isso" é muito perigoso. Começamos correndo 1km na esteira até que aparece uma provinha de 5km e já nos interessamos. Depois de participar de algumas destas, fica o gostinho de querer mais e partimos para os 10km. Quando já estamos achando normal correr tal distância, vem a necessidade de correr uma meia maratona, deixando as provas de 5 e 10km como treino. Depois de correr a meia, o mesmo sentimento se repete em direção à distância mágica da maratona, sempre com a desculpa de podermos correr as provas como treino. O problema é que existe taquifilaxia na corrida. Explico. Taquifilaxia é um termo que usamos em medicina para indicar a perda gradual de potência de determinado remédio. Ou seja, quanto mais tempo se utiliza tal medicação, mais ela perde o efeito, sendo necessário ir aumentando a dose. Na corrida é semelhante e a necessidade de endorfina em doses maiores é crescente. Cuidado.
Eu, há algum tempo, tenho em mente que após correr minha décima maratona estaria preparado para correr uma ultramaratona (corridas com distâncias superiores aos 42.195m usuais de uma maratona). Escolhi logo a mais famosa e difícil: a Comrades. Esta ultramaratona acontece há 85 anos na África do Sul, tendo um percurso total de 89km no Vale das mil Montanhas (deu para entender que tem muita subida, não é?). Em 2010, acontecerá no final de maio, sendo uma ótima data para correr e ficar para ver o primeiro jogo da copa do mundo de futebol. Com isto em mente, parti para me inscrever na corrida. Eram 15.000 vagas para quem já tinha corrido algum ano e 5.000 vagas para quem nunca correu a prova, como meu caso. As inscrições começaram no dia primeiro de novembro. Entrei no site no dia 2 de novembro e... as 5.000 vagas já tinham acabado!!
Pensamos que somos únicos, que temos idéias únicas e, na corrida, que somos um dos poucos loucos a correr maratona e querer correr uma ultramaratona. Com a frustração de não conseguir me inscrever veio o alívio de que, na verdade, sou normal (ainda bem!). Que sou apenas mais um apaixonado pela corrida.
Sonho adiado, mas um dia, mantendo a máxima de quanto pior, melhor, ainda corro a Comrades!

5 comentários:

  1. Olá, Dr. Josivan. Acho q vc gostará dessa matéria do site UOL viagem sobre maratonas exóticas. Abraço!

    http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/11/23/ult4466u765.jhtm

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  2. Sempre fiquei imaginando quem são esses "loucos" que se aventuram em corridas que duram horas e horas...sem fim. Pronto: já achei um. Fico me perguntando: Todo esse exagero não acaba sendo prejudicial??? Será que vale mesmo a pena tanto sacrifício???

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  3. Anelly, o ser humano é extremamente adaptável. Certamente, correr sem treinar (qualquer distância) não é nada agradável e pode ser prejudicial à saúde. Mas correr maratona ou ultramaratona exige disciplina e preparo para saber o que vai encontrar no dia da prova. E nem é sacrifício. Sabe qual é o pior momento de uma maratona para mim? Quando termina, pois, eu fico pensando que treinei tanto e só me diverti durante pouco mais de 3 horas. Estou preparando um texto sobre "Ser humano: ser corredor" onde falarei mais sobre o assunto.

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  4. Vou ficar aguardando para tentar entender melhor. Por enquanto, a melhor parte, na minha opinião, é a chegada. No "FIM". Saber que consegui ultrapassar o desgaste é maravilhoso!!!

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  5. O anônimo sou eu: Anelly. Esqueci de assinar.

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