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domingo, 26 de outubro de 2008

A largada e a metade da maratona

Às 7:29 e alguns segundos, deram a largada e eu levei aproximadamente 1:30min para chegar ao ponto de partida. Estava meio bagunçado e muitos corredores mais lentos estavam na minha frente, de modo que, durante o primeiro km, eu tive que correr na calçada, próximo dos expectadores, para poder ultrapassar os mais lentos. Terminei o primeiro km ainda acima da meta, com 5:13 min. Já no segundo km, encontrei com Sergio e conversamos um pouco. Como a meta dele era 10minutos mais lenta que a minha, despedi-me e fui atrás do meu ritmo. A prova foi bem organizada, com marcadores a cada km e também a cada milha, mas notei que vários km estavam marcados em lugares errados, de modo que teve dois km que passei acima de 5:20min e no seguinte passei com 4:07min: obviamente a marcação estava errada. Próximo do km 5 encontrei um corredor com camisa do Brasil e escrito “Maratona de Chicago 2007”, cheguei perto e puxei conversa dizendo “como hoje está diferente da maratona do ano passado, não?” (a maratona de Chicago, por coincidência, aconteceria naquele mesmo dia e no ano passado, corri lá com 35 graus). Ele não entendeu e só então vi que ele era argentino. Conversei um pouco e fui embora, deixando-o para trás. Estava me sentindo muito bem, mantendo um ritmo que variava de 5:03 a 5:08min/km. O percurso é excelente e a população, apesar de pouca, acompanha e incentiva os corredores. Entrando na Av. 9 de Julho (a mais larga do mundo, com 140 metros), 3 uruguaios (dois homens e uma mulher) pediam a toda hora aplausos e palavras de incentivo. Era engraçado, o povo respondia positivamente e eu fui me aproveitando do incentivo alheio para manter o ritmo desejado. Um dos uruguaios se chamava Hugo (tinha escrito na camisa) e eu fiquei só pensando até quando eles iriam conseguir manter aquela gritaria. Chegamos ao famoso Obelisco de 68 metros de altura, cruzamento da 9 de Julho com a Corrientes e a Diagonal Norte (Av. Saenz Pena). Não passamos na frente do famoso teatro Colon (atualmente em reforma) pois pegamos a direita, na Diagnoal Norte, uma das poucas ruas oblíquas que corta o clássico formato de tabuleiro de damas das ruas do centro de Buenos Aires. Indo direto, chegamos na Plaza de Mayo, local de importantes acontecimentos da história da Argentina (desde a independência em maio de 1810, quando se substituiu o vice-rei por uma junta de governo, até o anúncio da recuperação das Malvinas, bem como da procura dos filhos desaparecidos das Madres de Plaza de Mayo). A essa altura, Hugo e sua companheira ainda gritavam exigindo incentivos dos argentinos que se amontoavam no trajeto e eu, obviamente, aproveitava a situação para manter um ritmo próximo de 5min/km. Pegando à direita na Plaza de Mayo e tangenciando seu perímetro, encontramos o também famoso Cabildo (na época colonial era a instituição que resolvia as questões municipais; o primeiro edifício foi construído aqui em 1609) e logo depois a Casa de Gobierno ou Casa Rosada (pintada dessa cor pelo presidente Sarmiento para simbolizar a união dos partidos federais (vermelho) e unitários (branco). Passamos pelo lado direito e continuamos em pela Av Paseo Colon, em direção ao bairro Boca, já no sul da cidade e onde passaríamos a marca da meia maratona. A essa altura, os uruguaios já tinham ficado para trás e como eu estava buscando sempre algum corredor que estivesse no meu ritmo para me puxar, terminei partindo atrás de dois rapazes americanos que estavam uns 20m na minha frente e em um ritmo mais ou menos semelhante ao meu. Apressei o passo para diminuiu um pouco a distância e fui mantendo. O bairro da Boca era um porto fluvial e já foi chamado de República Independiente de La Boca, marcado pela presença de imigrantes italianos. Entre os quilômetros 20 e 21, passamos pelo estádio do Boca Juniors, principal time argentino, que tem Maradona ainda como seu principal ídolo. Apesar de ser um estádio grande (capacidade para 57 mil expectadores), confesso que nem olhei para o lado para vislumbrar La Bombonera (assim chamado por ter o formato de uma caixa de bombons); acho que foi um ato falho por ser do futebol argentino.

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