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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Relato de maratona 5 - A chegada.

Passei o km 30 com 2:35:07, um ótimo tempo para mim, e achei que pudesse ainda correr abaixo de 3:40h. Estava ainda bem e as pernas ainda não começavam a pesar. Temia os km nunca antes corridos (chamo assim os km de 34 a 42 que só são corridos durante a maratona, já que os longões não ultrapassam os 33km), era neles que geralmente o glicogênio acabava e o ritmo caia. Mas eu estava com uma boa margem e sabia que, mesmo que não corresse abaixo de 3:40h, certamente o tempo de New York seria batido e com um detalhe de eu ter corrido uma meia maratona uma semana antes, o que certamente tinha me desgastado um pouco. Logo depois do km 30, lá estava ela: a Torre Eiffel. No dia anterior eu passara correndo exatamente ali, durante a corrida (5km) da Unesco e, como na corrida da Onu em NY, eu pensara comigo "espera um pouco que chego já aqui novamente", e o momento tinha chegado. Obviamente, bati uma foto correndo mesmo (durante toda a maratona, só parei uma vez em um dos postos de água para tomar isotônico) e continuei. Não dá para acreditar que aquela imensa torre (317m) foi construída (inaugurada) em 1889 para comemorar o centenário da Revolução Francesa e deveria ficar nos Campos de Março por um período de apenas 20anos, mas quando o contrato acabou em 1909, ela não foi demolida porque deixaram-na para ser usada como uma antena de rádio (ainda bem, pois só assim hoje podemos contemplá-la). Continuei a corrida em direção a outro bosque: o Bois de Boulogne (Bosque de Bolonha). Ele é a última etapa da maratona, mas não pense que chegando nele está perto de acabar, pois ele é 2,5 vezes maior que o Central Park de NY e 3,3 vezes maior que o Hyde Park de Londres. E realmente, parecia que não ia acabar. Quando eu estava ainda lá no Bois de Vincennes, havia 3 corredores (Lucia, Miguel e outra) que eu estava acompanhando, mas que, depois do km 21, eu apertei o passo e os deixei para trás. Pois foi no Bois de Boulogne que eles me alcançaram novamente e continuaram no ritmo que (eu pensei) eu deveria estar. Deixe-os passar, prometendo para mim mesmo que nos iria me guardar para os últimos 5km. Mas a cada km que passava eu sabia que o sprint final iria ficar para o final mesmo, no último km. Chamou-me a atenção que a maratona estava acabando, mas nada dos prédios característicos do centro de Paris aparecerem. Pensava eu após o km 40 ainda dentro do bosque: "desse jeito, para a maratona acabar na Av Foch, vai dá mais de 42km". Mas eu confiava na organização e sabia que mais cedo ou mais tarde, abruptamente, o centro iria aparecer. O tão esperado isotônico só foi aparecer no km 40 e eu reclamava que, a essa altura, ele iria me ajudar na recuperação pós-maratona, mas não me ajudaria mais na melhora do meu tempo. No Porte Dauphine, saímos então do Bois de Boulogne e entramos na Av Foch. Após passar em uma pequena rótula com milhares de expectadores incentivando, pegamos a reta diretamente para a chegada. A alegria estava estampada no rosto de cada um dos corredores que chegavam. Eu sorria feito uma criança, com a certeza de mais uma etapa terminada e uma meta alcançada e pensando na próxima maratona. Para a foto final, na chegada, retirei o gorro, para sair mais diferente. Cruzei a linha de chegada emocionado. Não chorei como fizera na chegada de NY, mas a alegria era imensa. Pronto para a próxima!

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