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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Correndo por caridade.

Não é ainda um hábito usual aqui no Brasil o que os americanos chamam de running for charity ou correr por caridade em tradução literal. Lá fora, não só nos USA, mas também na Europa, é muito frequente correr por um propósito. Geralmente para arrecadar dinheiro para instituições que fazem pesquisa contra cancer, diabetes, etc, ou para instituições como hospitais. Estou lendo atualmente o livro mais novo do Dean Karnazes, RUN, onde ele conta 26 histórias (uma para cada milha da maratona). Em uma delas ele fala que estava um dia treinando e achou uma nota de um dólar. Em uma escala de felicidade de 0 a 10, ele diz que ficou em 7 por ter achado o dinheiro, mas passando por um carro que estava com o pneu furado, ele decidiu deixar a nota de U$ 1,0 no parabrisa do carro, pois diminuiria assim a tristeza do dono do carro quando chegasse e visse o pneu. Com este ato ele afirma que a escala de felicidade atingiu facilmente o 10. Durante meus treinos já experimentei fatos como este. Não é raro encontrar pessoas nos semáforos pedindo dinheiro. Um senhor amputado de uma perna usualmente começa cedo e geralmente está no meu percurso de treino. Geralmente levo dinheiro para comprar água durante o treino e, sempre que tenho algum no bolso, abro mão da água extra e dou para o pedinte. Interessantemente, hoje estava treinando e já perto do km 15, estava correndo em um ritmo de 5min/km; parei para dar uma moeda de R$ 1,0 para o senhor amputado. Na escala do Dean, atingi facilmente o 10 e, incrivelmente, nos metros seguintes corria sem esforço a 4:40min/km, provando que fazer caridade ajuda na performance de corrida. Isso não foi uma experiência pontual. Tenho prestado atenção nos meus ritmos após doar algum dinheiro para pedintes e sempre corro mais fácil após o ato. Isso ajuda a confirmar minha teoria de que os atos de caridade são, verdadeiramente, em sua essência, atos de egoísmo. Explico: para mim, quando faço caridade, a sensação de bem estar é tão boa que geralmente o faço para benefício próprio. Na minha cabeça, penso eu que quem pratica a caridade é mais beneficiado do que quem recebe. Obviamente este raciocínio só é válido se a caridade for sincera e espontânea. Enfim, precisamos, mais cedo ou mais tarde, começar a correr por caridade aqui no Brasil também. Por enquanto que ainda não desenvolvemos coletivamente tal hábito, que tal começarmos a fazê-lo individualmente durante seu próximo treino?

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