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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Não tão ruim quanto parece!

Indo para a 4a maratona do ano e 19a no total, pensei que usaria slogan de Lula "Sem medo de ser feliz". Isso porque, nas 3 outras provas do ano, não consegui correr abaixo de 3h30min. A primeira, logo no dia 1o de janeiro, tive uma enterocolite (diarréia) como consequência dos festejos do reveilon e abortei o ritmo da prova, terminando direto no banheiro com 3h30min 18seg. Depois desenvolvi uma fasceíte plantar que me impediu de treinar adequadamente, fazendo a 2a e 3a maratonas em 3h33min e 3h30min 09seg. Mas nesta 4a prova, não tive desculpas. Treinei razoavelmente bem, escolhi uma prova que tinha a primeira metade com subidas, mas que era plana na segunda metade e o clima deveria ser agradável. Mas nem tudo correu como planejado. A temperatura estava em 20oC, mais alta do que os 15oC ideais e esperados. A primeira metade realmente tinha subidas, porém eram mais íngremes e mais frequentes do que eu esperava. Mesmo assim, passei a marca dos 21km em 1h42min, planejando finalizar em torno de 3h25min. Veio a segunda metade plana, porém, de repente, começou a surgirem umas nuvens cinzas e uma ventania que mais parecia uma tempestade tropical. O ritmo começou a cair e já no km 28 eu não conseguia me manter correndo abaixo de 5min/km. Mas no km 32 uma curva para a esquerda nos levou diretamente ao contra-vento. Escolhi um corredor a minha frente e fui atrás dele, utilizando o "vácuo". Mas quando eu ficava atrás dele, meu ritmo aumentava e eu quase chegava a pisar em seus calcanhares e tinha que sair para o lado. Quando saia para o lado, pegava o vento na cara e o ritmo caia novamente, levando-me para trás do corredor. Segui com um ritmo bastante fraco, aproximando-me dos 6 minutos/km e só pensando: "quando dobrarmos e ficarmos a favor do vento, voltarei a correr abaixo dos 5min/km". O problema é que não dobramos. Continuamos até o km 41, quando fizemos uma curva para a direita e pegamos uns 400m a favor do vento, só que subindo uma ponte, até fazer nova curva para direita e ficar agora com o vento na diagonal. A esta altura a prova estava encerrada e o resultado completamente comprometido. Estava meio triste, pois encerraria o ano sem um resultado bom. Quando passei a linha de chegada com 3h43minutos (5:15min/km), comemorei por mais uma prova e recebi mais uma medalha. Vi então que o primeiro colocado (não era queniano, obviamente!) terminara em 2h38minutos e que as condições para correr naquele dia eram extremamente desfavoráveis e impróprias para se obter um "personal best". Isso é que é interessante na maratona. Não há um recorde mundial. Há um melhor tempo já corrido. As provas são diferentes. Não tem como comparar, por exemplo, a maratona de New York, com seu percurso difícil, com as maratonas de Chicago ou Berlin, com percursos planos e rápidos. Até mesmo uma mesma maratona, em um mesmo percurso, tem resultados diferentes em diferentes anos, dependendo de fatores climáticos, incluindo temperatura e, neste caso, vento forte. Por isso, quando avaliamos resultados de um mesmo atleta (amador) podemos ter resultados diferentes com 3h22min (meu melhor tempo) e 3h43min. Fatores do percurso (plano, com descidas ou com subidas), de organização (muitos inscritos que impedem desenvolver o ritmo programado, como foi em Paris este ano; hidratação; população incentivando, etc), climáticos (temperatura, chuva, vento a favor ou contra, etc), de treinamento (treinou adequadamente ou perdeu muitos longos?) ou mesmo se o atleta está em um bom dia (sono, hidratação no dia anterior, alimentação adequada, etc) interferem demais no resultado final. O importante é conhecer todos estes fatores para minimizar os problemas e aumentar a chance de sucesso no final.

Um comentário:

  1. Parabens pelo tempo, pelo menos na minha visao amadora, o mais importante é ter conseguido terminar, depois terminar proximo do planejado e de preferencia inteiro e satisfeito com a prova.
    dalton

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