Suplementação de aminoácido durante corrida.

A suplementação de carbohidratos simples para consumo imediato durante a prova já está provada ser eficaz e melhora performance, pois o carbohidrato será utilizado em curto prazo como energia para a contração muscular. Suplementação de aminoácidos após treinos ou competições também são eficazes na recuperação muscular, bem como na prevenção de baixa na imunidade (glutamina). Entretanto, tem surgido no mercado alguns isotônicos ou gel de carbohidrato com um pouco de aminoácido. A finalidade é que o organismo vá utilizando estes aminoácidos já durante a corrida com o intuito de minimizar os danos nas fibras musculares. Esta idéia, apesar de lógica, carece de comprovação científica. Foi publicado recentemente (agora em abril) na revista Journal of the International Society of Sports Nutrition um trabalho que nos ajuda a entender se esta reposição é válida. Os autores avaliaram 28 homens ultramaratonistas divididos em dois grupos, um com suplementação de aminoácidos e os outros como um grupo controle. O grupo com aminoácido recebia 52,5 g de um concentrado de aminoácidos antes e durante uma prova de 100 km. Pré e pós-corrida, creatina quinase, uréia e mioglobina foram determinados. Também foram coletados dados sobre sensações subjetivas de dor muscular. Como resultado, o tempo de corrida não foi diferente entre os grupos quando controlados para o melhor tempo pessoal, os aumentos da creatina quinase, uréia e mioglobina não foram diferentes nos dois grupos e as sensações subjetivas de dor muscular também não foram diferentes entre os grupos. Ou seja, a suplementação de aminoácidos durante uma prova de ultramaratona não melhora performance, variáveis laboratoriais de lesão muscular e nem sensação subjetiva de dor muscular. Em suma, devemos continuar repondo carbohidrato durante provas longas e proteínas/aminoácidos após estas provas para melhorar recuperação.