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sábado, 10 de julho de 2010

Correr me aproxima de Deus.

Hoje sai para um longuinho (assim chamo os longos menores que 21km) de 18km. Durante a corrida fui pensando em um crime que chocou o país esta semana, tirando totalmente o foco da copa da África. Trata-se do assinato da amante do goleiro do Flamengo, Bruno. O crime foi cometido com requintes de cruealdade (evito aqui dar detalhes, mas pode ser visto em sites de notícias), simplesmente porque Bruno não queria reconhecer a paternidade de um filho tido por sua amante. Mas voltando à corrida, digo sempre que corro porque isso me aproxima de Deus. Durante a corrida fico em outro nível de consciência, com a mente totalmente aberta, o que me aproxima de Deus. Faço orações e penso em vários assuntos, o que me permite fazer ajustes nas minhas condutas socias, optando por aquelas que acho ser mais corretas e condizentes com as idéias de minha religião. Pois bem, avaliando hoje o caso, lembrei-me de um texto que decorei no capítulo final da novela Paraíso da Rede Globo (uma das últimas que assiste, no ano de 1982, quando eu tinha 10anos). O texto dizia assim:

"Eu vejo Deus em cada estrela no céu
Nas minhas noites nas pousadas
E nos olhos tristes de cada boi ruminando na invernada.
Eu vejo Deus na flor
E na abelha que suga o néctar da flor para produzir o mel,
E no pássaro que devora a abelha,
E no homem que devora o pássaro,
E no verme que devora o homem.
Eu só não consigo ver Deus no homem que devora o homem
E por isso, acho que ainda tenho muito que apreder nesses caminhos da vida."

Tentei hoje, por um instante, exercer a caridade e o perdão em relação a Bruno, mandante do assassinato, mas não consegui. Realmente fica muito difícil. "Sou humano demais" para exercer tal perdão e olhe que não tenho nenhum vínculo com a vítima, o que, teoricamente, facilitaria o perdão. Mas não consegui!
Os quilômetros do longuinho foram se passando e, em contato com a fauna do Parque das Dunas, continuei minha análise. Lembrei que crimes como estes são cometidos diariamente em todo o mundo e apenas não viram manchete de jornais devido ao anonimato das vítimas e/ou dos executores. Entristeci-me mais ainda! Como pode o ser humano ter uma índole tão ruim assim. E, creio eu, que isso está dentro de cada um de nós, sendo exacerbado de acordo com a situação. Muitas vezes chamam estes assassinos de animais, mas discordo totalmente. Os animais não matam por matar, matam para conseguir comida ou para defesa própria.
Mais quilômetros e novas análises. Voltei-me para a oração que Ele nos ensinou e que insistimos em rezar de maneira automática, sem muitas vezes perceber o real sentido do que dizemos. Especificamente na parte em que pedimos perdão, se observarmos com mais atenção, perceberemos que pedimos para "perdoar as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido", ou seja, obtermos o perdão na mesma medida em que conseguirmos perdoar. Não adianta você cometer algum erro e pedir perdão se, em uma situação semelhante, você não conseguir perdoar seu próximo. Isso já dá uma análise para um longo bem grande!
Corra, pois isso lhe aproximará de Deus!

Um comentário:

  1. Parabéns pelo belo texto!É bom termos uma religião que breque um pouco nosso lado animalesco! Uma frase arrepiante e preocupante é quando você diz:"
    E, creio eu, que isso está dentro de cada um de nós, sendo exacerbado de acordo com a situação", espero que essa situação jamais ocorra conosco!

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